- 22/09/2020 às 12:52:23
- Fonte: O Gastronomo
Como todo prato antigo, é difícil especificar sua origem, ainda mais se pensarmos que ela não é nada mais que uma evolução do pão. A primeira notícia que se tem da pizza tem mais de 6.000 anos.
Conheça nosso Buffet de Pizza à Domicílio
Os antigos Hebreus e Egípcios já saboreavam uma mistura de trigo e água que era chamado “O Pão de Abrahão”, uma espécie de tataravô da pizza de hoje.
Desde que foram descobertos a fermentação da massa e o forno, graças ao talento dos egípcios, começou a enriquecer os pães de forma achatada com diversos ingredientes como azeitonas, ervas aromáticas etc; o aniversário do Faraó era celebrado com uma dessas receitas. Na Grécia antiga, era comum as pessoas de todas as camadas sociais comerem bases de massas com outros temperos, e por um longo período a redonda era servida dobrada ao meio.Também se têm registros de relatos de algumas receitas Babilônicos e, no século VII AC, um poeta soldado em seus versos, nos informa que possuía uma massa achatada junto à sua lança, base principal da alimentação de um soldado naqueles tempos. A 3.000 AC os chineses também já faziam massa à base de farinha de arroz.
Os Lombardos chegaram no sul da Itália depois da queda do Império Romano, contribuíram para a criação da pizza, pois trouxeram suas búfalas que, encontrando ambiente ideal na região do Lazio, abasteceram-se de leite para a criação da mozzarela. Segundo anotações do poeta Virgílio, os gregos e romanos faziam pães semelhantes. Ele mesmo registrou a receita do moretum, uma massa não fermentada, assada, recheada com vinagre e azeite, coberta com fatias de alho e cebola crua. Se essa mesma massa fosse fermentada, Virgílio teria então a fórmula básica de uma pizza simples. Os romanos tinham um tipo de pizza que era uma massa temperada com sal e azeite de oliva antes de ser colocada para assar. Eles chamavam este pão de panis focacius, uma massa mais associada ao Norte da Itália, onde é comumente chamada de pizza genovesa.
Os gregos faziam massa à base de farinha de trigo, arroz ou grão-de-bico e as assavam em tijolos quentes. A receita viajou até a Península da Etrúria, na Itália, tornando-se um alimento frugal de agricultores, cozida na lareira ou em fornos. Com a descoberta do novo mundo o tomate é levado para a Europa pelos conquistadores Espanhóis, após algumas desconfianças iniciais o tomate acaba por ingressar triunfalmente na culinária napolitana.
E no século XVII a pizza se torna muito popular na Itália, as pizzas eram vendidas nas ruas e vielas da cidade de Nápoles, vendidas como se vendem as pamonhas de hoje ou, como antigamente eram vendidos os jornais. Um rapaz com diversas pizzas gritando pelas ruas para chamar a atenção das pessoas. Era comum os trabalhadores e estudantes se juntarem para saborear as pizzas. Embora tratasse do antecessor do talharim, parece que as variações sobre o lagano originaram o conceito de picea, e não muito tempo depois aparecia pela primeira vez, na romântica Nápoles, a palavra pizza, e posteriormente a pizza napolitana.
Por volta de 1800, assim como em todas as regiões do continente europeu, na Itália a região de Nápoles atravessava forte crise econômica, conseqüência das sérias desigualdades sociais. Curiosamente, nesta época, correspondendo aos anseios da alta burguesia, cresceu o consumo do arroz, trigo e outros cereais.
A primeira pizzaria, Port´Alba, surgiu em Nápoles em 1830 e se transforma no ponto de encontro de pintores, poetas e escritores famosos da época. Um deles foi Alexandre Dumas, que chegou a mencionar em suas obra as variações de pizza mais populares da segunda metade do século XIX. O autor de “Os Três Mosqueteiros” chegou mesmo a anotar a receita de uma pizza feita com banha, toucinho derretido, queijo, ciciniele (peixe) e tomate.
A partir daí se disseminou pelas regiões vizinhas e em 11 de junho 1889, Dom Rafaelo Espósito comerciante de Nápoles e já pizzaiolo famoso chamou a atenção da nobreza, fazendo com que o Rei Umberto I e a Rainha Margherita Savoia que passavam o verão no palácio Capodimonte, fizessem trazer á cozinha do palácio o renomado pizzaiolo, o que em homenagem à Rainha preparou uma pizza com as cores da bandeira da Itália, a rainha gostou tanto que lhe deu o seu nome, sendo assim conhecida a pizza Margherita ganhou o mundo com os imigrantes italianos juntamente com a pizza Napolitanas e de outras regiões da Itália.
No Brasil com o final da escravidão e a falta de mão-de-obra, chegam ao Brasil muitos imigrantes inclusive italianos que à procura de trabalho atacaram no Porto de Santos, na maioria napolitanos, calabrazes e sicilianos, que se estabeleceram inicialmente nos bairros do Brás, Bexiga e Barra Funda na Capital Paulista. Na bagagem eles trouxeram o idioma, a música, o jeito de falar com as mãos e diversas receitas trazidas da terra Natal. E no final do século XIX a pizza começou a se popularizar em São Paulo.
Hoje, a capital paulista possui cerca de 5.000 pizzarias que produzem 33 milhões de unidade por mês, sem contar as padarias que produzem um numero muito significativo e ainda uma nova modalidade de produção que são os eventos de pizzas, com os festivais de pizzas em ambientes diversos.