- 22/09/2020 às 12:52:23
- Fonte: O Gastronomo
A nossa história começa na América, século XVIII. Espanha, um país europeu muito rico, mantinha na América Central e do Sul várias colônias para explorar suas riquezas naturais e os povos que habitavam a América (Maias, Incas, Astecas). Todavia, nem sempre a escravidão de um povo traz somente coisas ruins, pois, através dela, houve uma mistura muito grande das culturas européia e ameríndia: o surgimento de novas línguas, de novas práticas e de novos povos. E assim nasceu o povo latino!
Mas, você acha que os espanhóis manterão para sempre o controle da situação? É claro que não! Os latinos vão perceber que esta forma de vida não era a única opção, que não precisariam ser escravos para o resto de suas vidas! Além do que, os chamados criollos (descendentes de europeus e ameríndios) vão perceber que se acaso se livrassem da Espanha poderiam ficar com todas as riquezas! Pronto: junta-se a fome com a vontade de comer: latinos e criollos pegarão em armas e lutarão juntos contra a dominação espanhola (os chapetones).Mas, você vai me perguntar? Por que existem tantos países na chamada América Espanhola? Vou te responder agora: porque cada região conseguiu a sua independência da Espanha, em um determinado dia, mês, ano.
É por isso que hoje existe na América Espanhola a Colômbia, a Venezuela, Equador, Bolívia, México, Chile, Paraguai. E cada país desenvolveu a sua cultura e uma culinária riquíssima! O alfajor, doce de origem árabe, foi trazido para a América Latina pelos europeus durante a consolidação de independência da Argentina; o guacamole, de origem mexicana, remete aos tempos em que a Península de Yucatán era domimada pelos ameríndios, antes do domínio europeu; e os picarones, de origem peruana, quando a região ainda era dominada pelos espanhóis, e subsituiam bolinhos tradicionais da Espanha que eram muito caros, tornando-se o prato favorito de senhores e escravos.