- 22/09/2020 às 12:52:23
- Fonte: O Gastronomo
Para um historiador social, ou seja, para aquele profissional muito mais interessado na história do homem-comum do que dos “grandes e memoráveis heróis”, a memória torna-se uma fonte muito riquíssima, levando em consideração que encontrar documentos escritos sobre os “excluídos da história” é algo quase impossível; além do que, a memória nos permite ver o olhar da própria pessoa que nos conta sobre o recorte que ela nos faz de sua vida.
Mas a memória não está somente na fala e pensamentos das pessoas. Ela também deixou marcas nas construções, nas vestimentas, comidas, músicas, ou seja, ela é muito mais palpável do que muita gente pensa. Aí está a importância de se manter as “memórias palpáveis”: por meio delas podemos conhecer todo o contexto que as englobam, além de manter viva a identidade de um seguimento social.
Pensar o nosso mundo hoje é pensar em um mundo globalizado e massificado, onde todos parecem ter os mesmos pensamentos, gostos, atitudes. Todavia, a exclusão social e o abismo entre ricos e pobres só se faz aumentar. Manter viva a memória é resgatar um pouco da identidade de um povo, mesmo sabendo que a mudança faz parte do processo histórico. Desta forma, resgatar e reconhecer a memória passa a ser também uma forma de resistência a uma cultura massificante.